A celebração do Dia Nacional da Saúde homenageia o grande Líder da Saúde no Brasil, Patrono da Sociedade Brasileira de Higiene e Saúde Pública, que como sempre fez, ao longo de 100 anos – desde sua fundação em 1923 por Carlos Chagas – dá honras e testemunho da vida e da obra do grande sanitarista nascido em 5 de agosto de 1872 e falecido em 11 de fevereiro de 1917.
Brindamos à gloriosa atuação de Oswaldo Cruz, quando, em 1903, assumiu o comando da Saúde como Diretor do Departamento de Saúde Pública do Brasil. Ressaltamos, neste 5 de agosto, Dia Nacional da Saúde e de Oswaldo Cruz, a atualidade de suas ações – da sua presença e da necessidade de serem buscados o seu Espírito, Mensagem, Filosofia, Metodologia, Credibilidade Científica, Vontade Política, Coragem, Confiança e Firmeza; a Liderança que inspira a Nação, que vence barreiras, abre caminhos, conduz ao Destino.
Médico aos 20 anos, frequentou, em Paris, o Instituto Pasteur. Vai, em 1899, a Santos, enfrentar o problema da Peste. Vocacionado para o Sanitarismo, em 1890 funda o Instituto Soroterápico, no Rio. Em 1903, aos 30 anos, assume a Direção Geral de Saúde Pública – correspondente, hoje, ao Ministério da Saúde, que só surgiria em 1953.
Tomou rápidas providências contra a febre amarela e a peste, terríveis epidemias. Apresentou plano de atividades imediatas a desenvolver. Em 1904 desencadeia a Campanha Contra a Febre Amarela, que isolava e humilhava o Brasil.
É extremamente difícil sintetizar o universo da existência pioneira, criadora, benemérita e ainda presente de Oswaldo Cruz, cujo lema é sempre atual: “Não esmorecer para não desmerecer”. Ele soube vencer obstáculos políticos, jurídicos e nos meios de comunicação. Sofreu bloqueios. Inicia o combate à peste e à varíola; surge a sedição da Escola Militar; a não execução da Lei da Vacinação Obrigatória. Ocorrendo a volta da epidemia, com críticas cruéis da Imprensa e no Congresso Nacional; o expurgo nas residências é impedido pela inviolabilidade do lar.
Estabelece o Plano de Luta Contra a Tuberculose; procede à Organização Sanitária dos Portos do Norte e do Sul; leva à Amazônia as suas ações, com o combate à Malária, e a Campanha Contra a Febre Amarela – com êxito profilático em Belém em seis meses. O Brasil conquista prêmio na Exposição Internacional, em Berlim, vencendo 123 países expositores.
Febre Amarela e Peste – 3 anos de combate; cria os atestados de vacina obrigatórios para todos os atos da vida. A barreira do direito sagrado da liberdade individual precisa ser contemporizada diante de milhares de mortes que poderiam ser evitadas.
Cientista e pesquisador do mais alto valor, professor eminente, competente e perfeito administrador, Oswaldo Cruz trouxe para o Brasil o espírito e a técnica de um grande centro mundial e o consolidou na organização que tem o seu digno, glorioso e perene nome, Instituto Oswaldo Cruz, com mais de um século de credibilidade e respeito nacional e internacional.
Ele é o cientista que sai dos laboratórios disposto a enfrentar tudo, sem esmorecer, para transformar suas convicções em benefícios para seus compatriotas. Buscava sempre novas ideias, para solucionar os problemas sanitários antigos e novos e as colocava em prática com coragem.
O nosso País e todos nós temos dívidas de gratidão, sim, com Oswaldo Cruz. Seu exemplo ressaltamos como luz que não se pode apagar da memória nacional, porque sua luminosidade permite ainda agora clarear caminhos a serem percorridos em favor da vida dos brasileiros e em respeito à nossa Pátria.
Waldenir de Bragança – Médico Sanitarista
Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Higiene / Agosto de 2023
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